Poemas para amigos

A minha revolução
desde Che –
quando sentíamos o ardor do mundo.
Sobre minha cabeça desceo sabor das almas.
São conterrâneos – conhecidos –
eu escuto com atenção;
mas também falo,as vezes até língua de trapo.
Mas sou confiável;ouço com atenção.
Minha honestidade pedante.
Transportar para algum sempre
Essa noção.Emoção.
Essa canção agora é suave.
Ouço sempre.
Com a maior ênfase na comoção.
Com o coração.
Essa agonia também é minha
agonia.
Penso no dia.
sintonia.
Ah! Em casa resolvo nada.
Só ouço minhas músicas;
como queria arruinar o mundo.
Minha revolução.
Ação.
Cabisbaixo nunca...
Altivo.
Ativo.
Fale-me tudo quando quiser,
não me esconda nada.E
m tudo se pode morrertambém.
Em tudo se move nossas ambições.
Corações.
Desejos.
Partidas.
Partidos estamos.
Re-partidos como a correnteza desse rio
que não mais existe.
Atingir a liberdade...
do mais....
sem contraproposta para essas fugas.
Essas são as piores dores.
Essas que não queremos ir;
sabe...
essas que nos torturam
Então.
Todos somos fugitivos.
Diáspora da conclusão.
Ilusão.
Sem mais.
Sem rancores meu amor.
Que dor.
Pode me falar tudo,
meus ouvidos ardem,
explode em camadas invisíveis
aos nossos pobres olhos.
Sou um ser determinante.
Diria até extrovertido,
arrogante –
Mas sempre sincero;
sempre honesto com minhas atitudes.
Cabeça aleatória...
Não há erro transitório,
apenas simulacro do viver;
apenas expansão.
Minha revolução.
Desde Caeiro.
Soberbo na passada rápida,
caminhando no extremo.
Que lugar!
Esses ois...
como um oi faz a diferença.
Sentença.
Então me diga,
não cale essa indignação.
Ação.
Não torture esse esplendor;
grite aos universos.
Faça versos,
não rime.
Prime.
Caia.
Saia.
Voe.
Transforme.
Quando puder faça um chá.
Quando quiser coma uma maça.
Cinema.
Café.
Quando quiser.
Essa disponibilidade também tenho.
Não, não sature sua alegria,
não morra nesse instante,
resta um fiapo dessa fotografia...
esse auto retrato...
não fui eu quem fiz.
Condizer com todas as palavras.
Todas as letras não se tornam uma palavra.
Elas só podem bagunçar as anotações.
Todas as bocasque dizem sim.
Essas não são nossas.
Também dizemos NÃO
Minha revolução também está numa canção.
Emoção.
Então diga-me como você está hoje.
Quero sentir suas emoções também,
já que somos bios,
já que somos almas...
já que não somos mais.
Esqueçamos as nossas dores.
Esqueçamos partidas não desejadas.
Vamos andar.
Essa chuva!...
Ela caí e eu de boné.
Essa chuva!
Esqueçamos tudo por um simples
(um não avaliado)
instante.
Sem nomes dados;
essas ordens já não nos servem
nunca nos serviram.
Sem pensamentos corriqueiros.
Olhe os detalhes,
olhe os retalhos.
Eu – por mim – fico assim por um longo período.
Mas esse trem me esmaga,
me estraga.
Quero correr -
não morrer.
Quero um turbilhão de acontecimentos -
tudo em segundos.
Quero conversar em qualquer lugar,
em qualquer desses botecos.
Hoje quero a baixa gastronomia,
ela é satisfatória para os bêbados
e é assim que estou:
embriagado.
Então permanecerei assim.
Pois que venham as festas –
o prazer jovial da pele morena.
Saio com os olhos flutuando por tudo.
Vamos lá –
fale!
Estou pronto para discernir,
também sei sorrir.
Faço, refaço e dou mais ênfase ao tato.
No toque é que realmente estamos sendo sinceros.
Abraços.
Padrões rompidos como Whitman queria.
Minha revolução.
Ação.
Minha substância para continuar um inocente falador -
que ardor.
Essa é a mais sincera atitude que eu posso querer.
Como se querer alguma coisa fosse
um estado normal.
Não.
Não é.
Anormal.
Tudo aquilo que consiste
em não fazer.
A fala,
os gestos,
as ações.
Sempre que falamos tem que seranormal.
Sem linhas retas.
As canções são as melhores companheiras –
as ações são as mais extraordinárias damas de companhia.
Sou demasiado atroz nas palavras.
Mas sei ouvir meus semelhantes –
tudo.
Preciso como uma navegação –
realismo inexistente –
imensidão.
Alegria – essa não é usuparda –
ela não pode ser conquistada.
Afeto pelo sabor da simplicidade.
ZEN.
Essa busca é que nos transforma em bestiais.
Vamos fazer um trato?
...sempre que quiser eu te ouço.
Mas nunca se transforme
numa fábrica de produção.
NÃO.
Pare já de tolerância;
ficamos tão pasmados com nossa subserviência.
Então não sejamos apenas existência.
Não amolde sua sapiência.
Ah esse trem,
essa correria rasga porta adentro;
esses apitos.
Transtorno.
Meus ouvidos são para outras coisas –
não banais.
Penso naquela que me doa sensações exorbitantes.
Um instante e eu já sobrevôoa janela em busca de seu cheiro.
Penso nela.
A sensação é uma transbordação de acontecimentos.
Paranóia por estar aqui –
correria.
Mas vamos na contramão da opulência que nos degenera.
Vamos nos ouvir mais.
Minha revolução.
Desde Keruack.
Paro na frente da ilusão
e não obtenho sequerum simples ato.
Não obtenho um ridículo gesto.
Também seria muito da minha parte querer obter algo
da irrealidade.
Tampouco espero da realidade.
A deusa intempestiva da loucura e beleza.
Sei dos comboios farsescos da minha cabeça.
Já falei que sou ouvidos.
Então não fiquemos pasmados nem arruinados.
Muito menos humilhados.
Cada ser que convivo
sabe da parcela de altivez que carrego.
Divido com vocês;
jogo pro alto,
não num ato de desespero,
mas num ato fraternal –
eterno,
que rompe com a pieguice da condição.
Ilusão.
Cumulativa para a esperança(que ainda carrego).
Certeiro para meus instintos(que ainda conservo).
Patamar de alegorias –
verdadeiras ilhas de satisfação.
Ilusão.
Armazenados no mais íntimo:
Confissões.
Sensações.
Transborda essa metáfora...
Transmutação da palavra em
recôndito exercício de bem-estar.
Fileiras empoeiradas,
fico no tempo introspectivo
para depois recomeçar.
Falo – ouço – calo.
Não sei me fingir.

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