Realismo Fantástico num Submundo Irreal

Depois de diversas desventuras vividas naquele lugarejo longínquo, e revoltados com tantos descasos, alguns viventes do submundo, agrupados e conscientes, se rebelam contra a enigmática entidade denominada JOFA. Mas antes de continuarmos nosso relato histórico vamos conhecer essa entidade espectral; como sabemos, as entidades não são criadas assim, de uma hora para outra, ah não, elas são preparadas e também vão se preparando para tal metamorfose e com o decorrer do tempo ficam mais fortes, dependendo do lugar onde estão e da benção que recebem, elas podem até mesmo se transformarem em entidades surrealistas, daquelas que nem precisam aparecer mais, só o nome já é o suficiente para causar furor.JOFA era um destes casos, aliás, podemos dizer que JOFA não é uma entidade comum, não senhores, ela é uma dessas especiais, criada a partir da junção de alguns seres mais vagabundos (no sentido péssimo da palavra) e hipócritas que já apareceram no submundo. No começo, antes de ser essa entidade, JOFA que nem mesmo tinha esse nome, pousava de líder, freqüentava lugares ditos subversivos, “lutava” por algumas causas, óbvio que tudo isso já era visando uma posição de destaque no futuro, e não menos se tornar a tal entidade que hoje assombra o submundo, até porque, como sabemos, tudo nessa vida tem um preço, e JOFA sabia muito bem disso. Bom, voltando para nossa entidade e o lugar onde esta reinava, podemos dizer que alguns súditos de JOFA hoje – e estes não eram poucos - não o eram no passado, mas como tudo muda, esses súditos também tinham o direito a tal mudança, afinal de contas fazemos parte de um contexto muito maior, e quem somos nós para discutir tal contexto. JOFA já estava um bom tempo reinando, já tinha “conquistado” vários súditos, e tais conquistas vinham de várias maneiras, sempre bem humorado e solicito JOFA agradava a quase todos, só os mais honestos e sinceros era o que nossa entidade não conquistara. Esse era o seu maior dilema, mas usando métodos, digamos assim, “provincianos” tentava calar esses que não se ajoelhavam perante sua imponência.De certa forma, o caudilhismo Jofiano já estava tomando proporções absurdas, alguns contestadores já não tinham muita paciência para tal coronelismo e tentavam quebrar essa ordem estabelecida, e olha que essa ordem era em todas as partes, desde seu reino, onde JOFA permanecia intocável, passando por seus reinos-filiais, até mesmo, imaginem vocês, na mais pura das casas JOFA tinha lá seu agente. Além de tudo isso, ele também contava com a alienação de alguns “viventes” do submundo, esses eram o maior trunfo de JOFA, porque esses “viventes” em nada acrescentavam, apenas eram usados para como forma de alimentos, podemos dizer que JOFA também era uma espécie de vampiro, sugando seus súditos e não súditos.De qualquer maneira nossa entidade se estabelecia cada vez com mais força, impondo seus pensamentos em toda casta do submundo. Gozando de certos privilégios, seus súditos se acalentavam do poder suposto que acreditavam ter. Mas, uma vez descrente de que tudo tem um fim, e como seu poder crescia paralelamente com o ódio que os não súditos mantinham para com JOFA e sua trupe de ordinários, certo dia eis que todos os descontentes se juntaram, mesmo que isso tenha custado a certos egos algo não muito - chamaremos assim - agradável. Deixando de lado todas as diferenças, os viventes preocupados com o submundo, - abriremos aqui um pequeno parágrafo para explicar (ou pelo menos tentar) o porque dessa preocupação de alguns viventes com o submundo:A maioria dos viventes rebeldes mantinham um nível cultural acima da média daqueles que viviam embaixo dos culhões de JOFA, apesar de tudo contra, esses viventes tentavam se manter dignos, mesmo sem contar com o apoio de JOFA; aliás, JOFA só dava seus créditos como entidade possuidora do submundo para seus súditos, apesar dos viventes rebeldes terem muito mais capacidade intelectual do que a maioria dos súditos, estes não eram consultados nem chamados para participarem de nenhuma obra vinda do reino da entidade. Vendo tudo de errado que estava sendo feito no reino, só sobrava para os rebeldes a organização visando por um fim no reinado de JOFA. Mas todos sabemos que quebrar conceitos nunca foi fácil, a tarefa dos rebeldes era uma missão muito difícil, eles teriam que juntar todas as forças e buscarem toda a sabedoria em prol dessa caminhada que estava para começar.Sabendo de toda essa trama para depo-lo do reino ou pelo menos tentar anular seu poder, JOFA se preparava, sempre na base do “é dando que se recebe”, a entidade dominante tinha lá seu grupo e sua agenda continha nomes especiais, em alguns casos uma simples ligação e pronto, questão resolvida.Por outro lado, os rebeldes também se organizavam, mesmo sem esse poderio todo, eles iam em busca de soluções mais adequadas à suas realidades; depois de alguns encontros e muito bate-boca (imprescindível para alcançar o objetivo), todos já sabiam como enfrentariam a entidade. Prudente como ele só - alcançar o poder não é tão fácil assim, mante-lo tão pouco – JOFA havia mandando um agente seu infiltrar-se na organização rebelde e todos nós já sabemos como isso funciona, é mais ou menos igual a alguns filmes: o policial (ou outro ser com essas características) se encaixa na dita quadrilha, fica amigo do grupo e, depois – num ato heróico – prende todos. Pois esse mesmo fato também se deu no submundo. Só que a “turma” jofiana não contava com algumas peripécias dos rebeldes, fantasticamente munidos com a sabedoria popular, determinados com a benção da junção comunitária, os revoltosos do submundo descobriram logo de início quem era o tal “judas”; ora senhores, todos temos um ser traidor, quem já não passou por situação semelhante, então...Não foi tão difícil assim descobrir quem era o traidor, pois, sem contar o óbvio, “calabares” já dão a deixa. Agora, vejam vocês, sinto muito o término desse jeito, mas, como não poderia transpor essas questões, tudo nessa vida tem a sua “moral”, ficamos (tentando) analisar a desse simplório texto.

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