O popular:
uma andorinha só não faz verão.
Conceito de pluralidade que
já não é de hoje.
Dominadores dominam unidos
dominados choram unidos.
A consciência do esperar
ações frutívoras do até quando
Comprometedor até quando?
Por um simples fato não resolvido;
Revolta e revolto por aí
num caminho rompido
prometedor da falsa euforia
um fato...
ato falho da ignorância maior
comparsas da desgraça
visão mais apurada?
Sei muito bem das qualidades
que não se esclarecem jamais.
Sei muito bem...
O caso da conquista:
Um grande favor
A mercê de opiniões.
Não emito conceitos
vida e morte no sofrimento
comensurável pelo ato.
Desacato aos pudores cívicos
Insubordinação aos meios...

A VIDA DOS OUTROS

Toda vez era assim. Não sentia muito a perturbação dos outros, apenas não admirava nada. Iconoclasta para alguns, arrogante e pedante para outros. Mas sua vida continuava, com ou sem a participação alheia. Lógico que tinha plena consciência do viver em sociedade. Procurava respeitar as diferenças, na medida do possível, óbvio.
Certo dia, ao discutir com sua namorada, percebeu que era cheio de falhas, um ser-humano comum. Isso o arrasou, deixou-o perplexo, até então não conseguia perceber muita coisa. Tinha consciência de suas falhas, sabia que não era nem um ser exemplar. Mas as palavras daquela garota tinham lhe causado tanta dor. Chorou muito. Ficou num estado de choque por um certo tempo, apenas avaliando tudo que lhe foi dito.
Mas como tudo passa – aqui a fugacidade da vida dando um show – logo estava revivido.
Depois de um certo tempo, numa dessas avaliações ele percebeu que tinha outras diferenças com essa garota e isso era bom para o relacionamento deles.
A vida continuava. Sua vida continuava. Percebeu que os outros eram pessoas vazias, por isso não se aproximava muito delas. Também fez e cultivou belas e sinceras amizades com pessoas que ele considerava que eram apropriadas. Isso não o revoltava, apenas era seletivo nas suas trocas com outros seres.
Desprezo pelo fútil - tudo que ele achava que fosse fútil. Desprezo pela humanidade com suas intolerâncias afrontando as questões mais ambíguas. Ele também intolerante com as diferenças. Isso é troca, é a chave. De certa forma não conseguia se ver no outro. O respeito necessário para a compreensão das mais sutis diferenças. Paranóia? Nem tanto.
Tudo bem. Sua vida prosseguia, suas atividades lhe rendiam prazer, dinheiro não, prazer, esse item necessário para continuar nessa vida, que, de vez em quando, nem vale a pena.

A questão é fragmentada...

Durante um certo tempo de minha passagem por esse planeta fui me enfiando por uns abismos sem destino ou que pelo menos eu assim determinei. De passagem por algo irreal deparava-me com acontecimentos supostos ou de origem (na minha monotonia rudimentar) sinistras. Fui sendo acarretado por dogmas improváveis que faziam de mim apenas nada. Era nada que tinha entre mim e os restos. Considerando que tinha sido letrado pela educação monoteísta de uma época tão sedimentada pela base estrutural mais simplória e que a cada período se distribuía algo sempiterno. Mas não era bem assim como vocês pensam. Agouros também ruíam de dentro da mais assombrada vertente dum modelo de mecanismo sempre enferrujado e sempre postulante.
Eu nem sequer imaginava esta estadia. Suborbicular era como minha mente trabalhava a questão da vazão e do medo. Através dos olhos (baixos) tinha a minha realidade remodelada pela essência do medo, a mesma essência castradora que suponhamos ter terminado.
Todavia não abaixei minha cabeça e tampouco me reduzi nesse ímpeto que é tão meu e às vezes nem me é normal. Só e cada vez mais só segui por essa trilha do desconhecido em busca de outros paralelos rudes, como eu, como todos.
Esses risos me são conhecidos. Todos caçoam de todos e seguimos a fomentação da realeza que não é popular e nunca foi. Não quero mais estar à margem, prefiro morrer.
Morri.

mijar

fanzine irracional e emocional