LUNETIM MÁGICO - cineclube

Reiniciamos nossas atividades do Cineclube.
Iniciamos o projeto utilizando o espaço do CEU Curuçá, e agora na nova fase, realizaremos no TENDAL DA LAPA, lugar de movimentação cultural e integração de linguagens artísticas.

Lembrando que as atividades acontecerão todo 2° domingo do mês, às 18hs.

Nossa intenção é exibir filmes de curta-metragem, independentes. Quem quiser participar ou souber de alguém que tenha interesse, basta entrar em contato.

A presença de todos é muito importante para sucesso desta fase do projeto e realização de debates no final das exibições.


ONDE: TENDAL DA LAPA - RUA CONSTANÇA, 72
(PRÓXIMO A ESTAÇÃO CIÊNCIA - TERM. DA LAPA)
MAIS INFORMAÇÕES 6839-2147
EVENTO GRATUITO



A história do mundo é uma prostituta - jonilson montalvão

A história do mundo é uma prostituta,
Sim, é uma puta ofegante. Daquelas que dão sem desvio de conduta perante a moral dos bons costumes cristãos.
Somos todos assim não é mesmo?
Somos todos filhos desta prostituta dentro do puteiro, que faz as vezes da casa e do lardocelar. Quem não é uma puta vai ser um dia.
Quem não foi prostituído, será um dia com certeza.
Como fizeram àqueles outros todos. Manter-nos à deriva não funcionará, nada deterá a inversão dos bons sentidos. Ora um,ora outro, sempre somos, todos, quases...apenas o destino conduzirá a nação rumo ao tão esperado dia.
Volta!! Volta!! Todos esperam.
Até a mais perdida da prostituta foi condecorada. Quem não é?, risível mundinho enfadonho. Somos todos...filhodaputa. distantes e distraídos, assim, caminha a história do ser. Este mesmo. Ser. Obstruído. Aniquilado e aniquilador.
Soterrado. Distribuído em doses, soturno. Uma vagaba, como diz uma música. Vendidos. Quem não...!! Repare bem e sentirá, repare bem...virá um desespero tão inerte, tão mesquinho, daqueles que doem na alma. Daqueles que doem tanto que a morte seria mais do que bem vinda. Pois é, depois de uma história geográfica usurpada, fraudada, também há outras histórias; essas menos castigadas mas, mesmo assim, pouco usual, pouco falada...
e assim vamos sorrindo e nos prostituindo à mercê da razão e da dinâmica estridente que é a própria conexão das idéias.

Grupo de Teatro “Gotas de Orvalho”

Nós estamos lhe convidando para assistir nossa mostra teatral,

no dia 01 de setembro de 2007.

Eu só consigo dizer “eu te amo”.


Este é o tema que iremos abordar durante quarenta minutos.


LOCAL: Casa de Cultura do Itaim Paulista.
RUA:Barão de Alagoas,340 ITAIM PAULISTA.
HORARIO: 19:30.

CINECLUBE LUNETIM MÁGICO

CINECLUBE LUNETIM MÁGICO


Iniciamos nossas atividades em 2005, com projeção de filmes, utilizando o espaço do CEU Curuçá, na Zona Leste. Passado um tempo sem atividades voltamos com o Projeto Lunetim Mágico e estamos nos encontrando no Tendal da Lapa, todo segundo Domingo de cada mês para estabelecer um pólo onde se possa debater temas do meio audiovisual, dos chamados pequenos projetos independentes.


Nossa preocupação maior é a de divulgar produções próprias e desses diretores, principalmente de curtas e médias-metragens, nossa intenção é tornar público e mais acessível os diversos pontos de vista sobre esse cinema, assim como fomentar discussões sobre o assunto, divulgar novas linguagens e atrair a atenção das pessoas para esta arte.


Programação 09/09
- Regência de Uma Cultura Popular – Documentário – 2004 – 21 minutos
O documentário aborda a questão da Cultura Popular no Brasil a partir de um seminário realizado na Galeria Olido, em São Paulo. Registrando algumas facetas como o jongo, repente, hip-hop e literatura acontecendo em pleno centro da cidade.

- A Tornallom – Documentário – 45 minutos

O documentário A TORNALLOM (mutirão, em valenciano) conta a história de resistência de uma comunidade rural nos arredores de uma grande cidade da Espanha, Valência. Na luta contra a especulação imobiliária, que quer expulsá-los da terra cultivada há séculos por seus antepassados. Os moradores de La Punta buscam a solidariedade do “movimento okupa”.

- Outros Curtas...
ONDE:TENDAL DA LAPA - RUA CONSTANÇA, 72MAIS INFORMAÇÕES 6839-2147pedrapequena@ig.com.brEVENTO GRATUITO

pomadas - jonilson montalvão

Toda vez ele sentia uma dor no joelho. Sua mulher sempre o avisará: amor, procura um médico. Ele, todo sábio: que médico que nada, passo uma pomadinha aqui e tá bom demais.
Mas naquele dia ele não agüentou de tanta dor, mas era uma dor danada mesmo, aí ele chamou a mulher e disse: amor, tá doendo demais, não agüento...me leva a qualquer lugar, passa qualquer coisa aqui, não agüento essa dor...
A mulher, toda carinhosa, mesmo em situações tão difíceis assim, mesmo ela sabendo que já o avisara, e olha que foram muitos avisos, mas mesmo assim ela o ajudou. Foi até a cozinha, fez um preparo que sua avó a tinha ensinado. Sua avó era índia e sabia muitas coisas. Sua mulher trouxe o preparo e passou no joelho dele. Ele todo preocupado com aquela massa gosmenta, foi logo perguntando: amor, o que é isso? Ela, toda dedicada: uma coisa que os antigos faziam. Ele soltou uma risadinha cínica e nada disse, apenas esticou a perna para ela poder passar a solução.
Passado uns cinco minutos, a dor começou a sumir. Ele não acreditou. Aquela dor tão aguda estava desaparecendo, assim, sem demoras, um resultado melhor do que aquelas pomadas todas que ele guardava na prateleira. Ele chamou a mulher mostrou o joelho e disse com uma certa ironia: amor, olha só, sem dor nenhuma, parece mágica. A mulher, toda solícita: mas é mágica mesmo amor, coisas dos velhos índios sábios. Ele riu um sorriso sem expressão, pois não acreditava em nada. Ainda agradeceu a mulher pela "pomada" misteriosa que ele achava que ela não queria lhe dizer o nome e foi deitar. Na cama ela fez um carinho no seu joelho e perguntou: você não acredita mesmo né?; ele sorriu aquele sorriso já conhecido e falou perguntando: acredita em quê?, ela, toda paciente: você não acredita que esse preparado que eu passei no seu joelho foi minha avó que me ensinou?, ele, fingindo ser sério: mas isso é sério mesmo amor, não era pomada? Ela, calma como sempre: não, não era, não estou te falando. Ele ainda retrucou: porque motivo então você nunca preparou isso?, ela: simples, você nunca me deixou cuidar de você, eu te falava para procurar um médico, que você acha que é um cientista e você nada, imagina então essas coisas que você chama de feitiços; o que você iria pensar? Ele, todo sentido: poxa amor, mas também não precisa ser tão pragmática assim, você poderia ter insistido um pouco mais né? Ela sorrindo: tá bom, vamos dormir.

LOUCURA ALTERNATIVA APRESENTA POEMAS DE BERTOLT BRECHT

LOUCURA ALTERNATIVA APRESENTA:POEMAS DE BERTOLT BRECHT


O ESPETÁCULO CONTA COM A ADAPTAÇÃO Á PARTIR DA INTERPRETAÇÃO FEITA PELOS ATORES DOS POEMAS DE BRECHT, IMPORTANTE DRAMARTURGO ALEMÃO QUE IDEALIZOU O TEATRO ÉPICO, QUE TRAZ REFLEXÕES SOBRE TEMAS SOCIAIS (EXPLORAÇÃO, MÍDIA, PENSAMENTO, DESIGUALDADE SOCIAL, ETC...). SÃO ELES:
*POR QUE DEVERIA MEU NOME SER LEMBRADO?
*A DIFICULDADE DE GOVERNAR;
*O PÃO DO POVO;
*A CRUZ DE GIZ;
*SE OS TUBARÕES FOSSEM HOMENS!
*A INFANTICIDA MARIE FARRAR.

ELENCO:

MARCELO PRADO, ANDERSON ALMEIDA (BLACK), JOHNNY JOHN, ERICSON WILLIAM. LUCIANO KLEBER, RAFAEL ARAÚJO. DANIEL MARQUES. SAMARA OLIVEIRA, BRUNO MORELATTO, NATHALIA PINHEIRO, JÔ SPINELI, SHIRLEY SANTOS, HELOÍSA HOLANDA TIBÉRIO.

ESPAÇO SATYROS III PANTANAL
RUA VISTOSA DE MADRE DE DEUS -40B (JD.NOÊMIA-ITAIM PAULISTA)
PRÓXIMO A DELEGACIA 59º
APRESENTAÇÕES DIAS:05,12e19/AGOSTOHORÁRIO:19:30
PREÇO: GRATUiTO

um olhar perdido – jonilson montalvão

um olhar perdido
num vaivém
desobstruindo passagens sorrateiras
perspicácia da
imaginação ao absoluto
desfazem minha
concentração e
abstrato
conduz meu ser
ao mágico infinito
do momento vivido relegando
meu pequeno ser
ao desconexo
da imensidão
sou tão intenso
que me desdigo
ilogicamente ao teu contato
ao teu fluxo me entrego
abandono meus fatos
deslizo vagarosamente sobre
um sonho imenso
intenso
ardoroso e escancarado

Oficinas Literárias Gratuitas

Estão abertas as inscrições para os cursos de agosto e setembro na Biblioteca Alceu Amoroso Lima.
São 8 cursos que abordam a escrita em suas diversas modalidades: poesia, teatro, conto, música, dança.
Não há pré-requisito necessário ou qualquer custo envolvido em nenhuma das atividades, a não ser, é claro, disposição e vontade de aprender.
Nós da Casa das Rosas temos o prazer de divulgar esses cursos para o nosso público, para que continuem em contato com o que se produz de bom na literatura e poesia enquanto a Casa é restaurada para melhor assisti-los. Por falar nisso... boas novas: nosso elevador já está sendo construído, a catalogação do acervo Haroldo de Campos está em andamento e a reforma elétrica foi concluída.
Em breve a Casa retornará as atividades normais.



Biblioteca Alceu Amoroso Lima
Agosto/Setembro 2007


CURSOS:
"ESCREVIVENDO INTERTEXTUALIDADE"
Por Karen Kipnis e Gilson Charles dos Santos
Segundas-feiras 6, 13, 20, 27/8 e 3, 10, 17, 24 Mezanino 19 às 22h Vagas: 30 Grátis

"ESCREVIVENDO SERES IMAGINÁRIOS"
Por Karen Kipnis e Gilson Charles dos Santos
Sábados 4, 11, 18 e 25/8 e 1, 15, 22 e 29/9 Mezanino 10 às 13h Vagas: 30 Grátis
A proposta das oficinas é incentivar jovens e adultos a produzirem textos e a refletirem sobre sua maneira de escrever. Neste sentido, as oficinas desmistificarão o ato da escrita, transformando-a num processo centrado na reflexão sobre o assunto, sobre a forma textual adotada, sobre o papel do leitor e sobre o encadeamento das idéias. Aprendendo a escrever melhor e a ler mais atentamente, é reforçada nos participantes a sua cidadania e sua auto-estima, permitindo que atuem mais ativamente na sociedade.

"CENTRO DE DRAMATURGIA CONTEMPORÂNEA"
Por Paula Chagas
Segundas-feiras 6, 13, 20, 27/8 e 3, 10, 17, 24 Auditório 19 às 22h Vagas: 30 Grátis
O Centro de dramaturgia contemporânea tem como meta principal o estudo e odesenvolvimento de textos dramatúrgicos. Para isso foca seus esforços em aulas teóricas e na prática da dramaturgia por seus alunos. A prática serádesenvolvida através de exercícios realizados a partir de cenas teatraisdesenvolvidas pelos alunos, que poderão ser levadas à cena nas dependências da Casa das Rosas. Isso se dará através da participação de atores convidadosespecialmente para o trabalho com as cenas desenvolvidas pelos alunos doCentro. É importante ressaltar que a prática dramatúrgica virá como conseqüência do trabalho teórico desenvolvido em sala de aula, através deaulas ministradas pela dramaturga e jornalista Paula Chagas.

"POESIA LÍRICA MODERNA"
Por Roberto Alves
Terças-feiras 7, 14, 21 e 28/8 e 4, 11, 18 e 25/9 Mezanino 19 às 21h Vagas: 30 Grátis
Curso sobre as fontes básicas da lírica moderna. Inicia-se com o contexto europeu do Romantismo e na obra de poetas franceses da segunda metade do século XIX (em especial, As flores do mal de Baudelaire e Um lance de dados de Mallarmé). Em seguida abordam-se as vanguardas artísticas do início do século XX (Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo etc.) e seu impacto sobre a literatura do mundo ocidental. Finalmente chega-se à obra dos poetas que levaram ao auge a experiência lírica em língua portuguesa ao longo do século passado (Fernando Pessoa e seus heterônimos, os modernistas brasileiros Mário e Oswald de Andrade, Bandeira, Drummond, Cabral, entre outros).

"Dança e poesia: por quE não?
Por Andreia Yonashiro e Renata Fernandes
Terças-feiras 7, 14, 21 e 28/8 e 4, 11, 18 e 25/9 Auditório 19 às 21h Vagas: 20 Grátis
Não é simplesmente dançar logo depois de ter lido uma poesia ou vice versa! O que esta oficina propõe é um primeiro contato das pessoas com a materialidade de duas linguagens, dança e poesia, percebendo suas semelhanças quando cada uma revela uma força poética. É no ato de sentir a temperatura do barro que o artista dá forma. No nosso caso, o barro dá lugar ao movimento e a palavra e, assim, nos aproximamos da palavra através da sonoridade, da rima, do ritmo entre outros, e do movimento através do tempo, espaço, corpo, fluência e peso a partir do sistema organizado por Laban que inaugura a dança como "Arte do Movimento".

"VANGUARDAS NA MPB - DA BOSSA À TROPICÁLIA"
Por André Domingues
Quintas-feiras 2, 9, 16, 23 e 30/8 e 13, 20 e 27/9 Auditório 19 às 21h Vagas: 50 Grátis
Em que medida a música popular pode ser esteticamente inovadora? Tal questão será o tema de discussão deste curso, que fará uma abordagem histórica e crítica da experimentação poético-musical na MPB dos anos 50, 60 e 70. Autores fundamentais do período, como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, serão postos em debate, revelando suas delícias e suas contradições.

"POESIA: LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO ."
Por Marcelo Tápia
Sábados 4, 11, 18 e 25/8 e 1, 15, 22 e 29/9 Auditório 10 às 13h Vagas: 30 Grátis
O curso tem por objetivo fornecer, em sua parte teórica, fundamentos para leitura, análise e interpretação de poemas. Em sua parte prática, serão apresentados e discutidos poemas de autores brasileiros e estrangeiros, bem como dos próprios alunos. A tradução de poesia será abordada em seu aspecto crítico e interpretativo diante do original.

"RASCUNHOS POÉTICOS - GRUPO DE CRIAÇÃO POÉTICA"
Orientadores: Carlos Savasini e Osvaldo Pastorelli
Sábados, 4, 11, 18 e 25/8 e 1, 15, 22 e 29/9 Mezanino 14 às 17h Vagas: 30 Grátis
Este grupo procura trazer para cada encontro elementos que sirvam de base para discussão e, a partir da interpretação de cada um, sejam extraídos poemas individuais. Os elementos podem ser poemas, notícias, contos, crônicas, imagens, música, reflexões, etc. Ao final das criações, os resultados serão lidos e o elemento seguinte será lançado para mais criação e leituras. Ao final do módulo será organizado um recital com os presentes do grupo e os poemas criados.

"TEXTOS EM MOVIMENTO: TEATRO"
Por Ana Roxo
Sábados 4, 11, 18 e 25/8 e 1, 15, 22 e 29/9 Auditório 14 às 17h Vagas: 20 Grátis
Com enfoque voltado para o corpo e a fala, a oficina pretende desenvolver a leitura em duas facetas básicas, ambas chamadas "interpretação". Dar consciência ao corpo na cena, aos ritmos, a história que se cria a cada gesto é o primeiro passo para entender o que é interpretar em teatro. Ler o texto e entendê-lo é o primeiro estágio da interpretação de um texto. A junção dos dois, em cena, em três dimensões será o segundo passo para a entender o que é um texto em movimento.
BIBLIOTECA TEMÁTICA DE POESIA – ALCEU AMOROSO LIMA
Av. Henrique Schaumann, 777 – Pinheiros
Tels: 3082-5023/ 3063-3064
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/cultura/bibliotecas/bibliotecas_bairro/bibliotecas_a_l/alceu/0001

CASA DAS ROSAS – ESPAÇO HAROLDO DE CAMPOS DE POESIA E LITERATURA
Av. Paulista, 37 – Bela Vista
Tels: 3285-6986/ 3288-9447
www.casadasrosas.sp.gov.br

DISFARÇADO A PAISAGEM – jonilson montalvão

Clorofita. Avenca. Mimosa. Pitanga.
Uma vaso para cada uma,
um enfeite vivo que redime a paisagem cristalizada da urbanidade.
Um ser urbano fincando seus pés em solo barrento.
Um ser atraído por sons e paisagens metafóricas.
Os braços abertos,
da obra de arte, em direção ao vento.
Um caminho, dentro da pintura, que eleva ao infinito.
São tudo paisagens
da memória que retoma a
dicotomia do absurdo.
Reluz a simbologia do tempo
que condiz com a anarquia de uma transgressão do agora.
A existência do agora.
Uma camada de pensamentos sobre tudo:
amigos próximos que estão distantes
e que causam saudades absurdas.
O convívio das relações em tempo miúdos
e distintos nos fazem chorar.
Abraços partidos e corações tremidos
na esfera de uma cidade qualquer.
Destino é uma atalho para a mediocridade.
Cada pedaço de chão é um crucial tempero para a vida.
Distribuir a gosto esse tempero e mistura-lo
a outros ingredientes e fundir tudo numa alquimia
rudimentar. A cada instante requerer a saudade e
dizer tudo por qualquer meio:
meios imagéticos, meios salutares à imanência que,
perdida, volta numa música.
Dizer palavras pela telepatia aguda é
uma força que estas plantas têm,
elas possuem tanto a exemplificação do interior
que me disfarço de ondas salientes
e prossigo, aqui,
olhando por essa janela projeções da mente;
coisas simples que estão ali e precisam ser fotografadas,
coisas absurdas que olho e gravo
e que calam com um simples toque de máquina.
São tudo paisagens, repito...
São tudo memórias e lembranças
carregadas que funcionam de forma
a abstrair a distância das coisas ociosas.
Agora, há mais além das nuvens acinzentadas
que tomam níveis inconscientes
e nos remetem ao paradoxo da vida.
Só além daquilo que podemos ver está
à razão de pensar e
diluir pensamentos em órbitas esquizofrênicas
e cediças e puritanas e ficcionais...
só ali, depois da nuvem cor de bronze que agora
está ao alcance dos meus olhos,
posso realmente deter o tempo
e dizer que o mundo está dentro de minha
cabeça e tudo que eu, por acaso, pensar e requerer
também poderá virar um conto burlesco.

Correio, uma aventura – jonilson montalvão

Às 14 horas no correio, sentado e esperando postar uma carta. A 212. A 213, olho meu tíquete: D 613, penso: será que vou esperar muito? Pessoas que ficam ali na minha frente, também esperando alguma coisa, um chamado, sei lá. Não sei mais nada. Absurdo essa agência do Correio. Olho as placas; um monte de coisas para a gente comprar. Num painel eletrônico, fixado acima de nossas cabeças, mas bem acima mesmo, talvez para não fixarmos olhos nele, números piscam.
Depois de algum tempo, parado, digo, sentando, começo a entender os números e as letras de cada tíquete, que são os números chamados pelo placar eletrônico. A é a letra que corresponde a atendimento especial. Todos que chegam precisando deste tipo de atendimento são A. Poxa vida como eu gostaria, nesse instante de ser A; muito me admira um monte de gente com a letra A, talvez todos estejam realmente precisando de um tipo de atendimento especial. Será que o Correio terá essa capacidade? Sei não, esses funcionários não tão lá com muita vontade. Dá pra sentir no jeito que eles atendem as pessoas. Alguém chega e pergunta algo, o atendente olha a pessoa, faz lá sua prerrogativa, justifica algo que deixa a pessoa com mais dúvida ainda; é engraçado, de onde estou ouço alguma coisa: a senhora que queria colocar uma carta simples chega e pergunta como ela faz pra postar uma carta. A atendente bem rude diz que ela precisa ir até na outra extremidade do Correio e pegar um tíquete e aguardar a sua vez de ser chamada. A senhora não sabendo onde deveria pegar o tíquete ainda justifica que sua carta é só selar, coisa simples, aí a atendente diz que então ela pode comprar um selo na loja ao lado do Correio. A senhora fica ali, perplexa, pelo menos parecia - eu nem fico mais, pois já sabia disso já há algum tempo – depois ela sai, não a vi mais.
Eu precisava realmente postar aquela carta, e como não era um selo simples, era uma carta registrada, mais garantia de chegar ao local, precisava esperar, não tinha outro jeito, se não já teria saído, como bem recomendou a simpática atendente. Esperar já é uma virtude do brasileiro não é mesmo?, somos especialistas em esperar e eu não sou diferente de ninguém pois fiquei ali prostrado, quer dizer sentado, esperando gentilmente ser atendido.
Mas como eu estava explicando sobre os tíquetes e seus números e letras, vamos lá: o A eu já expliquei; tinha o C, que eu imaginei ser para tipos de serviços que agora as agências dos Correios fazem e que antes eram responsabilidades dos Bancos, como receber contas por exemplo. O meu número era iniciado pela letra D, que eu supus, lendo na máquina onde se retira os tíquetes, ser para selos e afins. Pois bem, o painel eletrônico continuava sua saga, sempre atento e nunca decepcionando seus admirados e esperançosos espectadores que ali esperavam o seu número aparecer. No painel apareciam as letras por algum tipo de ordem que eu não decifrei, talvez da próxima vez eu consiga. Às vezes aparecia a letra A seguida do número, depois A novamente. Aí já era demais né?, todo mundo aqui precisa de atendimento especial é? pensei querendo falar alto. Mas a boa educação que a escola primária me deu barrou esse pensamento me fazendo só cochichar algo com a pessoa ao meu lado, que também, insatisfeita com o atendimento da agência, reclamava algo que eu não conseguia entender. Pois bem, somos assim, reclamamos quando nos cabe e a educação vale em qualquer lugar.
Depois de um longo período aparecia a letra D; opa! é a minha!, mas o número não. Tá bom, não custa nada esperar mais um pouco. Ainda fiz uma menção de ler. Tirei o livro da mochila e quando ia começar alguém me pergunta como fazer para postar uma carta, explico que é simples, basta ela ir na máquina, retirar um tíquete e esperar. Ah, quase ia me esquecendo, não é qualquer tíquete não, tem que ser o que o senhor usará, o específico. Mas se o senhor quiser mais agilidade basta ir na loja ao lado e comprar selos. Ele me olha e fala algo e agradece. Bom, pelo menos meu tempo aqui não está sendo atoa, estou sendo útil.
Agora sim, começo a ler. O painel apita, é o jeito dele avisar que os números estão sendo chamados. Bem inteligente, se só piscasse ninguém saberia, pois aja pescoço para ficar olhando ali pra cima. C 515, parece coisa de bingo. Penso em anotar alguns números para depois jogar no bicho. A moça do meu lado tem o tíquete C, eu consigo ver olhando pra mão dela, mas o número eu não vejo. A de novo. Uma senhora se levanta e vai até o guichê. Mas não é a vez dela. Aqui as coisas são bem organizadas. Isto é que é serviço de qualidade, ISO alguns números, sem piadinhas com os números do painel. D 611. Faltam dois números, pelo menos nesta seqüência sim, mas aí entram os outros atendimentos. Bom, de qualquer forma estamos perto.
Ah, esqueci de mencionar que na agência há 7 caixas, e só 2 funcionários atendendo. São heróis. Fazendo das tripas corações para colocarem o trabalho numa tal ordem que quase me emociono olhando aqueles dois pobres funcionários ali, ralando, dando tudo de si naquela repartição. Correio é público? Penso nisso. A novamente. Caramba, um dos intrépidos funcionários se levanta e vai até o outro caixa, pega algo e volta, vira a placa que fica acima do guichê. FECHADO.
14 horas e 38 minutos. Não leio nem uma linha nesse tempo todo que estou aqui. 38 minutos até então. Falta um número para ser eu o atendido. Olho para as pessoas que ali estão, todas com ar cansado, tristes, sem motivação alguma para reclamarem de nada, tampouco eu. Fico ali só esperando minha vez. Quero apenas selar uma carta; só isso. Os atendimentos especiais são atendidos, com todo o direito, na frente dos outros. O que possuem a letra C, vão um pouco mais rápido do que possuem, assim como eu, a letra D; e assim o excelente serviço prestado pelos Correios se mantém. Poucos funcionários, atendimento precário e com má vontade. Situações de extremo desconforto para os usuários. Ah sim, como poderia me esquecer disso: essa agência que fica no Itaim Paulista - periferia, subúrbio, (porra que lugar é esse?), lugar onde Judas perdeu as botas, bairro dormitório etc etc etc... - assim como algumas agências bancárias, também investiu muito no conforto dos usuários, sabem como? colocando cadeiras para a gente sentar e ficar confortavelmente esperando sermos atendidos.
Bom, reclamar não é muito meu forte, mas quero encerrar dizendo que ainda fiquei esperando mais uns 10 minutos, isso quer dizer que foram 48 minutos de espera. Mas ainda bem que eu estava sentado e com um tíquete na mão, que me dava direito de postar uma carta. Saí da agência com uma sensação de idiota, paspalho mesmo. E para não dizer que fui omisso, nem submisso ainda tentei ligar para o 0800 deles, adivinhem o que aconteceu?

paisagens avulsas

Caminhando pela rua observo paisagens avulsas,
incontidas que,
sem sentença,
estão ali;
apenas estão ali sem se preocuparem em estar.
Caminhando avulso,
também sou uma paisagem
aleatória aos meus sentidos.
Caminhando sem me questionar sobre coisas,
rememoro situações,
e penso que a vida é a corda da morte
sempre nos entrelaçando,
nos amarrando...
caminhar e pensar -
não pensar -
sem restrições;
sem afirmações.
Não afirmo muito,
quase nada
quase tudo.
Caminhando por ruas escolhidas
ao acaso da minha trajetória
indigna da persistência escorrida.

दो sonho

Depois de tudo naquele momento, sóbrio, alegre, perfulgente e enlevado num período dissipado, vou surrealmente sendo conduzido.
Propriedades metafóricas não cabem agora num sonho! Mas como isso?, pergunto-me calado. Mas como isso?
A outra voz alegre ao meu lado...não vislumbro seu rosto, mas sua voz é tão acomodante...como? somos coisas? Não é bem assim.
Numa apnéia a vida doída resvala e meu corpo se contorce retraído, quase num relance de espasmo; numa disfasia prolongo a respiração ofegante. Sou eu? Vejo-me e revejo-me. Sou eu...porém não...estou apenas ali dentro. Meu corpo ali, naquilo...soterrado...vago...disforme... -
- Tão sedimentar nesse instante. Uma sombra daquilo que tenho como realidade. Simplesmente uma sombra. Mas como eu vislumbro esse corpo?, não possuo essa resposta. Não quero essa resposta. Permaneço refletindo.
...Contagiado por explosões simbólicas somos arremessados para um tempo impróprio daquele tempo; esporádico e silencioso é esse tempo agora. Viro meu rosto e meu olhar alcança, mesmo neblinado, a outra extremidade do sonho.
Continuo meu sincretismo propenso.
Já, é um período atormentado nesse ritmo que me contagia. Estou levitando num sobrevôo amalgamado em direção ao acidente.
São dois corpos e um é o meu. Me vejo e tenho uma impressão real. Um fato real daquilo que me passa enquanto observador.
Conservo o olhar avulso e tênue; ratifico a razão, porém descredito as circunstâncias da memória.

LOUCURA ALTERNATIVA APRESENTA:POEMAS DE BERTOLT BRECHT

O ESPETÁCULO CONTA COM A ADAPTAÇÃO Á PARTIR DA INTERPRETAÇÃO FEITA PELOS ATORES DOS
POEMAS DE BRECHT.IMPORTANTE DRAMARTURGO ALEMÃO QUE IDEALIZOU O TEATRO ÉPICO,QUE TRAZ
REFLEXÕES SOBRE TEMAS SOCIAIS (EXPLORAÇÃO,MÍDIA,PENSAMENTO,DESIGUALDADE
SOCIAL,ETC...).SÃO ELES:

*POR QUE DEVERIA MEU NOME SER LEMBRADO?
*A DIFICULDADE DE GOVERNAR;
*O PÃO DO POVO;
*A CRUZ DE GIZ;
*SE OS TUBARÕES FOSSEM HOMENS!
*A INFANTICIDA MARIE FARRAR.

ELENCO:MARCELO PRADO,ANDERSON ALMEIDA (BLACK),JOHNNY JOHN,ERICSON WILLIAM.LUCIANO
KLEBER,RAFAEL ARAÚJO.DANIEL MARQUES.SAMARA OLIVEIRA,BRUNO MORELATTO,NATHALIA
PINHEIRO,JÔ SPINELI,SHIRLEY SANTOS,HELOÍSA HOLANDA TIBÉRIO.

ESPAÇO SATYROS III PANTANAL
RUA VISTOSA DE MADRE DE DEUS -40B (JD.NOÊMIA-ITAIM PAULISTA)
PRÓXIMO A DELEGACIA 59º


APRESENTAÇÕES
DIAS:05,12e19/AGOSTO
HORÁRIO:19:30
PREÇO:GRATUÍTO

Há quanto da transgressão

Há quanto da transgressão;
depois de tudo ainda tenho chances.
Minha vida numa fomentação.
Eis-me sóbrio,
porém...
poréns...
a beleza...
significados demais.
Tão sentimental que me detenho;
sou tão múltiplo que sonho e
meu sonhar, agora, se enche
de vida. Se conflagra mutável.
Agora,
sou tão razoável.
Agora,
sou menino desde que beijei seus lábios carmins.
Depois de muito tempo
aproximo-me de qualquer riso
e transbordando felicidade por
momentos infinitos.
Sou outro desde que a vi
Sou a foz de contemplação
daquela beleza realizadora.
Fulguro.
Ingresso no tempo infinito
meu tempo finito.

mijar

fanzine irracional e emocional