Da periferia da minha vida - jonilson



Da periferia da minha vida

Ando desgarrado do amanhã

Variações impertinentes

Do agora

Desta mesma vida:

Periférica e longínqua

Sou alvoroço e tenaz

Zombo das emoções

Caminho inqualificado

Por essa beira de paisagem

Estradas sem fronteiras

Periférico ambíguo

Tudo que fiz

Há, porém,

Qualificações

Só o ardor da indignação

Que satisfaz toda a

Rebeldia que em mim arde

Sem qualquer impureza

Estou a par das reverberações

Ah, pueril!...

Ah, ficções...

Todas...

Reluzentes olhares

Mente distraída no acaso

Sintonia que não alcanço...



PECULIAR, passageiro:

jonilson



"tudo que é sólido desmancha no ar..." (MARX)

Segmentado num determinado
âmbito

a noção de uma estrutura
linear ,
se limita num só circulo,
tudo amoldado,
tudo conflitado;
Conflitos passageiros...
Amortecendo a angústia
Existências...
Permanências…
Não diz:
Quanto tempo?
Quantas reticências:
imemórias...
não se diz:
não se fala
diga frases feitas,
refaça e transmude
cale...

quinta no cinema - jonilson

O preço do cinema em São Paulo chega ao absurdo.
Aliás, eventos culturais, alguns, chegam a extrapolar nos valores dos ingressos.
Mas há, graças aos deuses, muitas promoções e eventos gratuitos em SP, e quando eu escrevo muitos são realmente muitos mesmos; são tantos que nem damos conta de ir em todos, é o meu caso. Não que eu quero freqüentar tudo, tem dias que prefiro ficar em casa, escondido do mundo, sem fazer absolutamente nada.
Mas eu sou uma pessoa dessas que dão o nome de cinéfilos, amantes da sétima arte; resguardo aqui que não qualquer filme, tenho minhas preferências.
Gosto daqueles filmes, chamados de filme de arte, mas também posso curtir um besteirol, depende muito do dia e do meu estado de animo.
Tá, chega de digressionar sobre bobagens de preferências sobre isso ou aquilo.
Esse texto tinha, ou tem, outra intenção: falar sobre uma promoção que três cinemas paulistanos estão realizando às quintas-feiras. Ingressos por 4 reais! Legal né? Também acho. Falo dos cinemas Cine Bombril, Unibanco Artplex e do Espaço Unibanco de Cinema.
Ontem (quinta)fui ver um filme dessa promoção.
Inferno. Filme inspirado em uma história do Polonês Kieslowski (o da trilogia sobre as cores da bandeira francesa). O filme tem como trama a história de três irmãs com um passado não resolvido. A narrativa em fragmentos nos é mostrada a partir da metáfora com um caleidoscópio.
Há também outras metáforas, mas quem for ver o filme saberá.
Lendo algumas críticas nos jornais, notei que o filme não teve uma acolhida boa, alguns críticos o compararam com filmes do diretor Kieslowski, que, como já escrevi acima, foi o autor original da história.
Ainda bem que não me baseio em tais críticas para sair de casa, senão estava perdido.
Não vale a pena, o que vale é ir ver o filme, que é muito bem narrado.
O tempo do filme te dá chances de pensar junto com a trama.
As cenas são bem fotografadas e não cansa.
O enlace psicológico do filme é o motriz que vai girando com o conteúdo e a atuação das personagens.
Vamos entendendo o fio condutor do filme através das 3 irmãs que passam, cada uma no seu íntimo, por seus dramas pessoais.
Vale a pena ir ver o filme.
É um belo drama.

autoretrato - emaranhado


cidades:


habitações:


Outras coisas - Michele Fernades

Durmo no mais novo reduto do meu bom sono.
Demoro um pouco para me acostumar com aquele ambiente, que por mais acolhedor que possa parecer me intriga e desperta a atenção.
Escuto o som de helicóptero, será que no centro é comum passar helicópteros observando qualquer coisa que seja?!?!?!? Logo percebo que se tratam das máquinas do trem de carga.
Não demora muito e o som pára, em três tons finais diferentes.

Espero mais algum ruído vindo da rua e que eu possa identificar, no entanto, para minha surpresa, ouço um ruído interno. Uma barata entre os sacos de roupas e tranqueiras que trouxemos da outra casa. Quero identificar de que saco ela veio, mas a penumbra do quarto não me permite observar sequer uma sacola. Sei que vem da minha direita.
Não me abalo o suficiente para poder levantar, acender a luz e tentar matá-la, mesmo porque tenho medo deste inseto asqueroso. Em questão de minutos me sinto submersa no universo de Clarisse Lispector, a barata toma uma dimensão muito maior que a real, quase chega a me assustar.
Fico zonza nessa alucinação.
Viajo em suas formas, o domínio da sobrevivência, de estar trancafiada num saco, se adaptando ao que comer, e mesmo assim, resistindo suficientemente bem para poder cavocar o máximo que pode algum tipo de liberdade daquela escuridão de sacos de lixo preto.
Mal penso em sua gosma e como gosta de comer minhas anotações, meus livros, meus cadernos, meus diários.
Descuido um período, o sono toma conta de mim.
Tento lutar bravamente com ele enquanto tenho minhas alucinações e quando percebo: ela está em meu ambiente, se diluindo com imagens atropeladas. Adentro um túnel, espécie de Alice no País das Maravilhas, percebo que estou numa festa muito divertida e com música variada. Encontro pessoas que não via há tempos, rio muito, troco de lugar sem ter que me mexer.
Ganho asas invisíveis. Vejo cores formidáveis, com formas alucinantes, instigando minha curiosidade entro num corredor vermelho, que inicia escuro e termina num vermelho sangue lindo, de repente um clarão inesperado! Acordo!
Também como num passe de mágicas a noite passa como um único instante.
Olho para os quatro cantos do quarto, todos os sacos são iguais e como se a barata nunca tivesse existido, levanto para mais um dia....

autoretrato


poema - jonilson


A natureza rege a vida,

que encontra no nascimento sua forma,

seu conteúdo;

antítese da morte.

A morte torna-se um embrião

por onde tudo passa.

A vida também emerge da morte.

São esses ciclos intermináveis.

Sentidos da vida,

tudo se envolve...

somos isso mais além

mais animais,

seres,

posteriores

anteriores.

Há em tudo algo

Interminável;

há além do nosso querer

conspícuos da alma.

Meio ambiente sinuoso

voltado para a coexistência.

Diversas formas de vida,

inclusive a humana.

POEMA - A CANÇÃO DA VIDA - Mário Quintana


A vida é louca
a vida é uma sarabanda
é um corrupio...
A vida múltipla dá-se as mãos como um bando
de raparigas em flor
e está cantando em torno a ti:
Como eu sou bela amor!
Entra em mim,
como em uma tela
de Renoir
enquanto é primavera,
enquanto o mundo
não poluir
o azul do ar!
Não vás ficar
não vás ficar aí...
como um salso
chorando na beira do rio...
(Como a vida é bela! como a vida é louca!)

CONTO - jonilson montalvão

Corre!

Foi a única coisa que eu ouvi no meio daquele barulho todo.

Corremos. Parecíamos velocistas de 100 metros rasos.

Na verdade eu não sabia o porque exatamente estavámos correndo daquele jeito; mas já desconfiava.

Mi.
Ela com suas manias de apavoramento surreal e acelerado. Efeitos assim eram constantes em nossas aventuras por estradas afora.

Conto melhor:

Naquele dia tínhamos ido ao cinema. Nos encontrávamos fora de circulação há alguns dias.

Nota: quando digo fora de circulação, quero dizer fora de órbita. Fora de tudo. Muitas drogas na cabeça e no corpo como um todo.

Estavámos em circulação prolongada e demasiadamente abstrata.
De verdade, o cinema só foi um motivo para pararmos e sentarmos um pouco. Não lembro nada do filme, talvez nem ela. As drogas são assim, te fazem certo bem, certo mal também, mas isso é outra conversa.

Pois bem, estavámos ali, num território alheio aos nossos sentidos.

Alheio mesmo. Sequer pudéssemos respirar entre passos...

Você viu?

Viu o quê? Perguntei, como uma língua de dois metros para fora da boca.

O cara que estava correndo atrás de nós...

Não vi nada. Apenas ouvi você dizer corre e corri.

Poxa, tinha um cara atrás de nós. Ou era viagem minha?

Ela fala isso e seus olhinhos amendoados revelavam uma pupila saltitante e desenfreada.

Mi, falei trazendo ela de volta, acho que você deu uma daquelas viagens aterrorizante e voluntariosas agora hein...

Caímos no riso.

Peguei sua mão e voltamos ao nosso carro, que estava parado num estacionamento perto do cinema.
Deixamos lá por motivos óbvios...

Dentro desse período que andamos vi as cenas da cidade: coisas, tipos físicos, emblemas de um local qualquer.

Procurar sentido nisso é a mesma coisa que ver além do nítido desejo de ver.

São teorias absurdas que divago.

Pode ser efeito de substâncias, ou também não pode ser nada, apenas a mente.

De volta ao hotel tomamos um banho e resfriamos nossos corpos.

Fazia uns dois dias que estavámos fora do eixo, ou de órbita. A dona do hotel nos olhou, não disse nada, apenas um olhar fixo, seu rosto pálido sem sorriso não revela nada. Mas dava para perceber que ela não aprovava nossa atitude.

Depois do banho e do refresco adquirido com este, tentamos deitar, mas nossos corpos ainda estavam sob efeitos dos narcóticos e a atmosfera era ideal para um sexo.
Depois do ato relaxamos um pouco. Conseguimos adormecer por um curto tempo até que a campanhia tocava alucinadamente e nosso relaxamento foi interrompido.
Quer atender?, perguntei, jogando essa responsa pra cima dela.
Vai você amorzão...disse num ímpeto de sensualidade e delicadeza que seria impossível eu não me levantar.
Levantei e fui até a porta, mas não abri imediatamente, antes perguntei quem era, como se isso fosse realmente preciso.
Uma voz veio do outro lado: Dona Madalena.
Dona Madalena era a dona do hotel.
Abri a porta.
Dona Madalena ficou pálida, mas não tirava os olhos.
Foi então, depois de alguns segundos, que me dei conta que estava pelado.
Mas isso não me alterou em nada. Ainda com a porta aberta, dei meia volta em direção ao banheiro e me enrolei numa toalha.
Mi continuava deitada na cama. Nada a abalava.
Voltei e encontrei Dona Madalena com a mesma cara, parada no mesmo lugar.
Boa tarde Dona Madalena. Algum problema? Perguntei num tom amistoso, quase soletrando as sílabas.
Vocês ficaram dois dias fora e nem avisaram. Ela realmente estava séria; talvez preocupada.
Olha Dona Madalena, falei com gentileza, peço desculpas, mas não conseguimos.
Mi se levanta, nua, da cama e vai para o banheiro.
Vocês são um casal estranho.
Mas vamos pagar a senhora, pode ficar sossegada, era Mi gritando do banheiro.
Dona Madalena sai do quarto sem falar mais nada.
Fechei a porta e voltei pro banheiro.
Saímos do quarto de noitinha já chapados de tudo.
Percorremos as ruelas da cidade sem direção. Na verdade estavámos em busca de algum som.
Depois de algumas passadas, nossos ouvidos detectaram uma música, era um rock, The Crash,, não muito bem tocado mas mesmo assim assimilável pelos ouvidos sem maiores dores.
Falei pra Mi que se ela quisesse podíamos ficar ali. Concordamos.
Era um bar grande, com algumas mesas de snooker no centro, mais na frente um pequeno palco onde se espremia os 3 componentes da banda que tocam agora uma música do Who, My Generation...achei essa melhor que a anterior. Algumas mesas com cadeiras espalhadas e uma pista de dança improvisada faziam do bar um aconchego regular.
Mi sentou numa cadeira e eu fui até o bar pedir cervejas.
Minha mente estava em todos os lugares; algumas pessoas pareciam que iam trombar a qualquer instante contra meu corpo. Mas consegui chegar até a mesa intacto e com as cervejas na mão.
Só lata?
Só.
Tomamos de um gole só.
Acho que eles têm medo de brigas, falei pertinho do seu ouvido já que agora a banda tocava muito mais alto.
É. Pode ser mesmo.
Bebemos as cervejas e pedimos mais e depois mais e mais.
A banda cover saiu e entrou mais dois caras, guitarra e gaita, anunciando que o blues ia contaminar nós todos.
Meu corpo não obedecia mais meus comandos.
Gritei pra Mi: meu corpo tomou vida própria!
Ela riu muito e não disse nada.
Vamos dançar?
Opa!
Levantamos e fomos já requebrando até a pista.
Dançamos a noite toda, a banda realmente nos contagiou.
Deixamos o bar desnorteados. Caminhamos em direção a uma praça e eu me joguei no chão, meu estômago queria sair pra fora do corpo pela boca.
Você tá bem? Mi me perguntou com aquele carinho que só ela tem e que nesses momentos é tão precioso que nos faz querer chorar de emoção e agradecemos a vida pelo ato de prazer e dor que ela nos proporciona e tudo é nada e que a vida simplesmente vale um gozo.
Levantei e disse pra ela que seria bom um refrigerante bem doce.
Mas nessa hora, será que tem bar aberto?
Sentamos no banco e ficamos ali, chapados, olhando as estrelas que já estavam desaparecendo com o alvorecer.
Mi, te amo muito.
Ela sorriu com aquela boca carmim e deitou no meu colo.
Quando o sol apareceu enaltecendo a beleza natural da cidade nos encontrou deitados na praça. Algumas pessoas passavam e afixavam seus olhos em nós.
Acordei Mi e lhe propus tomar café numa padaria qualquer.
Nos limpamos, na medida do possível, e fomos em busca do nosso santo graal: um café quente.
A padaria ficava num ponto muito bonito da cidade, de lá avistávamos todo a montanha que circundava o local. Sentamos e pedimos nossos cafés.
A volta pro hotel dessa vez foi mais suave. Dona Madalena estava menos amarga, até nos deu um bom dia.
No quarto fumamos um baseado para manter a cabeça limpa das impurezas e fizemos nossas mochilas. A estrada nos chamava.

convite lançamento de livro


A Prefeitura de Suzano, por meio da Secretaria de Cultura lança a antologia
“NovosTalentos da Literatura Brasileira”,
que reúne as dez melhores poesias e os dezmelhores contos do II Concurso Literário de Suzano, realizado em 2006.
Quem estiver presente no lançamento ganhará um exemplar do livro autografado pelosautores.
Obs: Todos os textos são inéditos
Dia: 26/4 – Quinta – 20hLocal:
Centro Cultural de SuzanoRua Benjamin Constant, 682 – Centro – Suzano – S.P

TEATRO VOCACIONAL

Teatro Vocacional surge no Jd. Pantanal como forma de aproximar esse público
distante da cultura e através das aulas engendrar a comunidade através das oficinas na arte, romper os padrões preestabelecidos.
As oficinas de teatro vocacional são ministradas por Nora Toledo, da Companhia de teatro Os Satyros.

Grátis toda terça-feira em 2 horários -
Das 15hrs ás 18hrs e das 19hrs ás 22hrs.
Rua Madre Vistosa de Deus nº 40 B -

Informações no tel: 6585-7299 com Breguesso.

A palavra teatro define tanto o prédio onde podem se apresentar várias formas de artes quanto uma determinada forma de arte. O vocábulo grego Théatron estabelece o lugar físico do espectador, "lugar onde se vai para ver".
Entretanto o teatro também é o lugar onde acontece o drama frente a audiência, complemento real e imaginário que acontece no local de representação.
Toda reflexão que tenha o drama como objeto precisa se apoiar numa tríade: quem vê, o que se vê, e o imaginado.
O teatro é um fenômeno que existe nos espaços do presente e do imaginário, e nos tempos individuais e coletivos

LIVRO - por jonilson



estou lendo um livro sobre a retomada do cinema nacional a partir dos anos 90, depois da turbulência que o governo collor nos deixou: Cinema de Novo – Um Balanço da Retomada é um ótimo livro para tentarmos compreender aquele período tão sofrido.
todos sabemos que esses anos foram terríveis; o fechamento da embrafilmes, a escassez de produções, a grana curta...a produção nacional caiu demasiadamente
o autor, Luis Zanin Oricchio, faz uma abordagem critica de alguns filmes do período, como carlota joaquina, que para muitos é o marco desse renascimento, central do brasil; eu, tu, eles; baile perfumado entre outros.
o livro aborda e faz uma análise de filmes que foram concretizados nessa época turbulenta.
é um excelente livro para nos atermos nessas produções heróicas e quem sabe assim desfazermos alguns preconceitos.

TRECHO DO LIVRO: COMENTÁRIO SOBRE O VIVER

Esse é um trecho do livro: "Comentário sobre o viver" de Krishnamurti
(Para quem se interessar )------------------------------------------------------------



"...Conversão é a troca de uma crença ou dogma por outro, de uma cerimônia por outra cerimônia mais agradável; não abre a porta da realidade. Pelo contrário, a satisfação é um obstáculo à realidade. No entanto, é isto que as religiões organizadas e os grupos religiosos procuram fazer: converter um indivíduo a um dogma, superstição, ou esperança mais racional ou menos racional.
Oferecem uma gaiola melhor. A gaiola pode, ou não, ser confortável, conforme o temperamento de cada um; seja como for, porém, é uma prisão."
..."quem deseja descobrir a felicidade suprema da verdade tem de desvencilhar-se de todas as cerimônias e de todos os padrões ideológicos.
A mente recebe segurança e força dos padrões religiosos e políticos; e isso faz a pujança das organizações. Há sempre os sectários intransigentes; e há sempre os neófitos que sustentam as organizações com seus capitais e propriedades...
Ao perceber que os antigos padrões já não lhe dão satisfação nem vitalidade, a mente se converte a outras crenças e dogmas mais confortantes e tonificantes.
É bem evidente que os rituais oferecem aos seus praticantes uma atmosfera de bem-estar. Os ritos, coletivos ou individuais, proporcionam uma certa tranqüilidade à mente; oferecem vivo contraste com a monotonia da vida. Há uma certa beleza e harmonia nas cerimônias religiosas, mas, fundamentalmente, elas só atuam como estimulantes; e, como tais, muito depressa insensibilizam a mente e o coração. Os ritos se tornam hábitos; tornam-se uma necessidade e não se pode mais passar sem eles.
A repetição desses ritos, palavras, frases, entorpece a mente, embora temporariamente tenha efeito estimulante. Nesse estado de sono ocorrem, sem dúvida, experiências que são, autoprojeções.

CONTO - A questão é fragmentada... (jonilson montalvão)

Durante um certo tempo de minha passagem por esse planeta fui me enfiando por uns abismos sem destino ou que pelo menos eu assim determinei.
De passagem por algo irreal deparava-me com acontecimentos supostos ou de origem (na minha monotonia rudimentar) sinistras.
Fui sendo acarretado por dogmas improváveis que faziam de mim apenas nada. Era nada que tinha entre mim e os restos.
Considerando que tinha sido letrado pela educação monoteísta de uma época tão sedimentada pela base estrutural mais simplória e que a cada período se distribuía algo sempiterno. Mas não era bem assim como vocês pensam.
Agouros também ruíam de dentro da mais assombrada vertente dum modelo de mecanismo sempre enferrujado e sempre postulante.
Eu nem sequer imaginava esta estadia. Suborbicular era como minha mente trabalhava a questão da vazão e do medo.
Através dos olhos (baixos) tinha a minha realidade remodelada pela essência do medo, a mesma essência castradora que suponhamos ter terminado.
Todavia não abaixei minha cabeça e tampouco me reduzi nesse ímpeto que é tão meu e às vezes nem me é normal.
Só e cada vez mais só segui por essa trilha do desconhecido em busca de outros paralelos rudes, como eu, como todos.
Esses risos me são conhecidos. Todos caçoam de todos e seguimos a fomentação da realeza que não é popular e nunca foi.
Não quero mais estar à margem, prefiro morrer.
Morri.

CONTÍNUO NO ESPAÇO (jonilson montalvão)



Sem interrupção no espaço da realeza vida, o corpo que a toma, meu corpo.
Sei de tudo e vejo como é vão o tempo. A sintonia é que refaz; tantos itens. Poréns, sins...
Quando resolvi pensar em algo, foi algo de curta duração, pois a morte, que vem e vai, nos toma, nos dá, nos mostra a vida.
Sintonia com tudo de agora.
Paixão que não vem; sinfonia sufocante.
A espera pelo amor.
Sou um ser absoluto.
Metaforizo a condição de plenitude, quase um desafio ao meu eu.
Mas são os outros que tememos.
Atos e afazeres que diz direto a consciência.
O amor daí é um tempo insignificante.
Uma teorização absurda demais para conveniências; tempo de esperas que alucinam.
Calma, eu me digo. Inconsciente sim, mas eu me digo. Tolices exageradas mente.
Calma, que já tolero tudo.
Passatempo involuntários que não busco, mas me chegam por veios quaisquer. O resto da ilusão que sobra.
Querer embrenhar-se num descontínuo paradoxo; cruel demais.
Quanto de mim ceder?
Quanto de mim cedeu, rompeu?
Qualquer amor agora me convalesce.
Ânfora de igualdade. Entre dois, três... o que há? Aspas aqui, ali; sentido para desaguar e qualquer infortúnio.
Justamente assim.
Quem me recompensa por atos benfeitores?
Chamo isso de comum ato de obsessão. Transcendo.
Vou à forra na moral. Na vida temos chances, aliás várias.
Escolho uns contextos e sigo.
Coisas da cabeça.
Caridade essencial é demodê.
Num curto espaço de tempo tenho tentativas
e alucinações.
Vago.
São esses psicanalistas que fodem tudo. Reich alertou.
Submeter a memória, o pensar...
alio o eco de um passado com metáforas e me declino querendo ser mais.
Distúrbio impenetrante do cotidiano.
Irregular para mim , supérfluo para outros.

Projeto Conexão

recebi esse email e repasso aqui:




O "Projeto Conexão" é uma idéia que surgiu nesse ultimo final de semana em um Fórum chamado atuação Humana lá no Tendal da Lapa, um espaço cultural em São Paulo. Um fórum que marcou um passo a mais rumo a construção de uma nova corrente que leva o ser humano como valor central (....isso mesmo, nada acima, nem empresas, nem instituições, nem corporações e muito menos o q chamamos de dinheiro) e que também cria possibilidades de aumentar essa corrente como foi o caso desse Projeto.
Enquanto o evento começava, a adriana me apresentou o Carlos um cara que curte Hip-Hop e que iria tocar no Fórum, trocamos uma idéia e surgiu de fazer uma ligação entre cidades (ctba e sp), papo vem papo vai e novas idéias a caminho, começamos então a divulgar o que tinhamos conversado para outras pessoas que também compartilhavam da mesma falta de espaço para tocar, do mesmo ponto de vista em relação ao "jaba" e da falta de ação frente a todas essas observações... se reunimos todos e cada um foi colocando ponto de vista e agregando o que seria necessário para construir a proposta, vendo a possibilidade de cada um... Ficou que o Leandro fez uma ponte muito forte me apresentando para o pessoal que estava no dia e dando "pernas" ao projeto...depois das oficinas que aconteceram, rolaram algumas apresentaçoes culturais e foi do caralho... motivando ainda mais o pessoal estar nisso... conversei também com o tiago que está formando uma banda de protesto HC e que se interessou bastante...resolvemos marcar um encontro virtual entre cidades para planificar os primeiros eventos, ações e como fortalecer cada canto... antes disso conversamos até sobre a criação de um selo do Revolusom comunitário, feito pelas bandas e pessoas que estão querendo fincar um ponto nessas observações sobre "a falta de...."... definindo que "se não temos oportunidade.... criamos!!!

o dia do encontro ficou para esse Domingo as 15 horas, quem se liga ´na idéia e está afim de se integrar....me retorna o email que agrego o endereço para participar da conversa!!!

Passou para mim aquela que era a

mais intrusa das orbitas...

orbitas??

Realmente.

Perdão pela palavra.

Agora que me reconheço como um perfeito idiota,

já que alguns teimam em me dissipar de tudo.

Ordem?

Atualmente tenho tido mais episódios irrealistas,
ou seriam surrealistas?

Não me importo com essas normas, esses nomes.
Quem precisa desses nomes todos?

"Asas do Desejo",
gostaria de ter feito esse filme.

Lindo!!

Todos os toques, todos os sentidos.

Ah, não me canso de (re)ver essa obra prima do cinema.
Obrigado Wim Wenders por me proporcionar algo tão maravilhoso,
deslumbrante.
Que poderia eu escrever?

Tudo já foi escrito.

Minhas palavras,

meus textos são só mais um

isso eu sinto como uma faca cortante.

Minha desilusão por tudo agora é anacrônica.

Mas, por outro lado, continuo o fazer

Como se só restasse isso

Como uma dor forte,

não tem como parar.

Como uma estrada dessas autobans alemãs
Não me desvinculo da minha escrita
Não posso.
Me resta viver.
Como um pássaro engaiolado
dentro da pequenez,

teima em cantar

como se esse canto fosse a salvação.

Meu canto é meu universo.


Apenas me utilizo dessa substância.

me tira isso.


A prisão que a sociedade teima em chamar de escola,
não me tirou isso.

Por mais que meus professores se esforçassem

Não conseguiram.

Eu continuo...


mijar

fanzine irracional e emocional