um tema suposto - jonilson


Puxo um fio da memória e desligo-me da catástrofe. Quando um não é mais que sim e o que diz sim também é automático. Não penso em realmente nada. Absoluto ao zero. Sim, por que não?

Saio à deriva e vôo pelas estradas desertas de um bairro semi-acordado num domingo entardecido pelo sol.


Crio novos caminhos para a compreensão da realidade.
Não estou desgostoso com nada. Sinto o ar da metrópole e deslizo com minha bicicleta pelas ruas centrais.

Subo vias pedalando de leve buscando um tom para uma fotografia. Penso no tema e meu olhos se distribuem nas arquiteturas históricas.
Vias da razão que redirecionam o olhar.
A alma repleta de pensamentos. Desperdício da mesma razão.
Uma música que atenta para a imagética peregrinação do espírito.
Sorrio a mim mesmo como uma criança correndo suja atrás de uma bola numa rua deserta da periferia.

Aleatório ao esmo. Sou algo de rebeldia num misto de paciência imperita e impostora.

A via de acesso para a metáfora é incondicional para uma alma transgressora. Os monstros urbanos que quero revelar nas minhas imagens. Um olhar transposto em uma determinada situação.
Os olhares que me seguem ao ímpeto dum momento qualquer.
Mais esboços da leveza do domingo.

Reitero para mim mesmo o mote do percurso; paro, desenvolvo um recorte imaginário: produzo uma foto.
Sou tão sublime que pairo numa elevação acima e meu corpo não toma conhecimento da lei da gravidade.
Percorrer ruas urbanas pedalando num domingo buscando ângulos inusitados para uma fotografia e acompanhado a vida se mover na existência da mente.

Um comentário:

Anônimo disse...

eis que finalmente desencanto e consigo ler seu conto!!! muito legal a busca pelo objetivo, a foto perfeita, o contexto e além de tudo a sensação boa do vento na cara, num dia maravilhoso.

mijar

fanzine irracional e emocional