conto - Socorro!

Fila da puta!, você é um fila da puta.





Ela grita, enquanto tenta me agredir com as mãos.




Ah, to cheio disso. Corro pro boteco e me refugio no balcão; aí vem uma e vem várias.



Logo chega pessoas conhecidas e eu já tou cambaleando.





Mais uma?














Não, vou pra casa; talvez os ânimos estejam mais amenos. Assim espero – penso comigo enquanto deixo o recinto.

















Em casa uma aparência de tudo tranqüilo.


















Ela chega: voltou é?



















Nem respondo. Entro no chuveiro e toma uma ducha gelada, dizem que é bom.

















Ela vem e bate na porta.






















Uma, duas, três batidas...






















Não respondo nada.



















Um silêncio...daqui a pouco um chute na porta...e a voz numa gritaria: filadaputa...é um filadaputa mesmo...






















Eu penso comigo se realmente eu sou isso.






















Para as mulheres todos os homens são.





















Termino o banho e saio pelado até o quintal para pegar a toalha. Ela se aproxima.






















Por que você não me responde quando eu falo com você?






















Hum?
























Você me ignora.

























Não ignoro não, apenas estou evitando um confronto corpo a corpo.


























Confronto corpo a corpo! Ela repete.

























Pego a toalha e me enxugo. Ela me olha.






















Tá olhando o que?

























Teu pau.






























Ah é, vem cá então.























Nem se eu quisesse.




















Então tira o olho.





























Entro no quarto e procuro uma roupa.



































Ela vem atrás; não pára de falar. Só ouço.

































Onde você vai?

























Finjo que não ouço.


















































Visto-me e quando vou em direção à porta para sair ela entra na minha frente.
















Ela diz: você quer isso mesmo?




























Isso o quê?



























Pego no seu braço a fim de tirar seu corpo da frente. Péssima idéia. Ela começa a berrar.
















































Não penso muito e saio fora deixando seus gritos dentro da sala.

















Já na rua um pequeno aglomerado de vizinhos me olha como seu eu fosse um ser monstruoso,
desses de filmes B.











Passo por entre esses olhares sem dar a mínima.































Ouço alguns cochichos. Nada além do normal de uma boa vizinhança.




























Estou sem rumo. Na verdade nem queria sair, mas a ocasião...



























Penso em ir para o bar novamente, mas logo descarto a idéia, talvez com medo da embriaguez que seria muito acolhedora nesse momento.


















































































A vida digna de um homem é sempre manchada por essas trivialidades.
























Mas quem sou eu para dar pitecos nessa filosofia que a mim é dúbia?
























Então tomo qualquer rumo e passo a tarde perambulando pela vila.

















































































Depois de um certo tempo tudo volta ao normal. Até as brigas de casais.

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