Duas mulheres e um homem, aparentemente comuns, mas só aparentemente.
O filme começa com o diretor - no caso Júlio Bressane - sendo mostrado no set de filmagens.
Temos quase um documentário a lá Eduardo Coutinho, mas é só isso, não é um documentário, poderia ser? Talvez...
Logo em seguida somos levados para outra cena, bela, como todo o filme: as ondas do mar, num vai e vem suntuoso, ataca a pedra, que sem pestanejar, apenas goza da frescura das águas.
Não pude resistir a tentação de fazer uma pequena introdução a esse filme - FILME DE AMOR - sensacional, poético (lugar-comum). Como definir um filme de Júlio Bressane?, difícil, até mesmo para críticos com largas experiências em análises - essas totalmente subjetivas.
Li em algum jornal que alguns críticos europeus não conheciam o diretor, e quando viram esse filme ficaram maravilhados com a obra artística e de profunda sensibilidade de Bressane. Tais críticos, segundo o jornal, se perguntavam como eles (sabedores de todas as artes e de profundo conhecimento sobre tudo, inclusive sobre cineastas – artistas em geral – do terceiro mundo – ou países em desenvolvimentos!) não conheciam esse diretor de tanto talento; essa é uma resposta muito, mas muito mesmo, difícil de se dar; teríamos que buscar toda uma imposição de cultura, toda uma saga de matança e estupros, saques e outras barbáries, buscar na história uma cultura de imposição, de subjugação dos povos conquistadores que, sem se preocuparem com a cultura e a riqueza de um determinado povo, fez questão de (tentar) abolir do planeta toda essa diversidade de bens históricos e humanos acima de tudo.
Então não nos é difícil compreender o porque desse não conhecimento de alguns catedráticos e supostos donos da cultura em relação – não só desse diretor em particular – a tudo que acontece com países e culturas alheias à hegemonização da banalidade. Sendo assim não nos custa nada valorizar nossos feitores, nossos artistas, nossos valores e nossas sabedorias.
Sabemos como nos é complicado aplacar nossas manifestações, somos bombardeados por supostas estéticas culturais - não que não haja coisas bacanas em outros lugares - , seria uma imbecilidade e um ufanismo terrível pensar dessa forma, estaríamos apenas reproduzindo pensamentos dominantes, mas quando estivermos presenciando alguma manifestação artística, perguntemos, lá no nosso mais profundo íntimo, o que temos a ganhar com essa obra, o que realmente vale a pena para nosso olhar captar e transformar em algo de estruturação intelectual.
Sermos papagaios já é uma fato que corriqueiramente ocorre. Ingerir algo não significa apenas isso; reter sabores e transforma-los em algo que nos seja realmente válido.
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