O conhecimento antecipado de coisa nenhuma que serei

O céu azul revelava toda a intensidade louca que a atmosfera persistente teimava em subjugar em nós, anônimos, a fragilidade marcante. Muito otimista prossigo com os olhos anuviados pela fumaça. Faço um giro de 45 graus e sucumbo pela rota que jamais pudesse ter imaginado. Ah, essa pobreza pueril; fragmentos da súbita lembrança de infância: quão pobres fomos. Carrego, sem querer, lembranças juvenis. Meu peito retraí num suspiro comovente.
Aquilo tudo que meus olhos não vêem, sinto de outra maneira. O aterrorizante é saber é saber que nunca isso mudará. A paisagem da alma é a pobre sintonia do corpo. Os pés de outro parecem que circulam por aqui. Então me deixo conduzir por essas estradas sinuosas e não quero transparecer lúcido.
As casas que ficam na solidão do mundo...por um momento eu penso em atingir o embrião dessa neurose; tarde demais para os sentimentos. Aguço a aurora com a visão coberta por fuligem. O calor intensifica a condição humana que breve me abandonará.
Não há vegetação nessas terras. Não há um mínimo de vegetação rasteira e agora são meus pés, doentios pés, que circulam nessa desordem. Também pudera perder-me aqui, são círculos e semicírculos abrangentes. Formados por opacos monturos de resíduos quaisquer.
Persistente, a figura solitária do homem que sou, alcança a mais tensa das visões: paralelepípedos isolados e rompidos como se uma força descomunal os tivesse atingidos. Mas já não sei o que é mais verdade. Meus olhos me enganam.
Sinto a descarga elétrica da mente, subjacente, atravessando o caminho...há aberturas fugazes...
Não tenho mais saudades. Nada lembro. A tortura física da não lembrança. Foi isso que vi daquela vez. A forma transfigura sempre.
Confuso, vou soletrando para mim mesmo as letras de qualquer alfabeto. Como se não houvesse um elo me unindo amais nada.
Mas as correntes civilizatórias ainda me marcam fortemente.
Faço uma auto-análise, reflito nas alternativas que tenho daqui por diante.
Quase sou livre.
O cérebro alterna essas consoantes, quase autoritárias, que inundam a visão, subjetiva, por um tempo,
relapsa por outro.
O tempo que demoro para circular é o mesmo tempo que levaria para viver e morrer. As difusões da nuance da memória.
Eterno divagar da persistência humana.
A teimosia em destruir, arruinar destroçar...
O incorrigível ato de querer.
Entediante ato de procurar por razões desconexas com nós mesmos.
Nossa existência nada mais é do que a fugacidade de um sopro.

mijar

fanzine irracional e emocional