ATOS E PASSAGENS

Tantas coisas que passaram pela minha vida.
Tantos atos:
mudanças...
Tantas coisas que passaram pela minha visão.
Os atos -
minha memória -
intransigente.
Tanta paisagem ausente;
as primazias do
tempo presente.
O olhar como um solavanco da mente.
Minha configuração imaginária.
Dentro das chances
que não obtive.
Meu ser abstrato,
tremo com um esmago
incompreensível ao coração;
essencial, como escrever
sem pensar em nada.
As ausências da minha primavera.
As contingências do meu ser.
Hoje sou um mundo;
acima do meu querer;
acima do meu entender
contudo, minha personalidade
requer certo trato.
Trato com a dor
assim como trato com a alegria.
Sou alegre da maneira de ser.
Sou triste da maneira de não querer.
Sou exagero de verdade.
Porque tudo tem os nomes,
e os nomes são invenções.
Minhas lembranças são os nomes
que dou à elas:
minhas invenções.
Invento tudo e
tudo me inventa.
Cada partícula dessa mente invencionista,
cada disparo de pensamento
é algo de supra capacidade transformatória
dentro de mim.
Sou um hoje,
ausente das primícias familiar.
Como se tudo isso fosse um ato irrestrito,
imaterial, nevoento...
Quaisquer capricho meu,
hoje,
seria um capricho demente.
Sou demente que não busca -
não buscar não é não viver,
é, pelo contrário,
a vida digna,
transparente, alegre.
Sem magoas...
Conhecendo-me, porém,
vejo que não há chances de voltas;
não tardo, nem tampouco nostálgico.
Sentimentos não são nostalgia.
Tudo que é sentido, também é sonhado,
também é pensado.
Sinto com os pensamentos;
sinto com os pormenores
de uma canção.
Tenho frustrações,
Mas também tenho satisfações.
Sou vagabundo e preguiçoso,
confesso,
Isso é minha culpa.
Mas não há culpas
se pensarmos nas vias que a vida nos arremessa.
Fico sem defesas e lúcido;
fico sem palavras e
rouco.
Fico sem esperanças.
Porém, a rebeldia juvenil
não me abandonou
e todo esse crepúsculo
dissipa-se quando abro os olhos
para uma corrente de costumes inebriantes.
Porém, minha parte negra
toca-me profundamente;
com ela prossigo no
maremoto e sinto-me
como uma criança descobrindo
novas brincadeiras.












mijar

fanzine irracional e emocional