Quando senti o vento...


Quando senti o vento atravessar meu corpo fui outro
com certeza,
das mais absolutas e
incertas certezas.
Sem contrariar meu instinto
fui ao encontro do vento.
Andando à toa...
pedalando à toa e sentindo a brisa no rosto.
Pararia o tempo.
Parei o tempo.
A ruela (o caminho, a trilha)
repleta de árvores.
Passava por entre elas e continuava a pedalar.
Sobre minha bicicleta,
(eu e ela somos um só).
O ínterim não existe.
O momento presente
(sendo meu momento)
a particularidade de cada movimento
e eu...
não existo nesse tempo,
transformo o ambiente
no meu próprio ser.
Sou o todo,
Cada partícula das células.
Observo e sou observado pelo todo.
Continuo a pedalar e paro...
movimentos impensados.
A luz da estrela
potencializando os arredores
por entre os galhos
sombreando a água.
Pequenos mamíferos saboreando
o entardecer.
Passeando por entre os bosques;
Thoreau...
Transformo-me em um ser alado
e parto.
No entendimento repleto
que a palavra possa parecer,
partir...
Alado e inanimado.
Tempo presente,
passado...
futuro.
Eis me sob a incansável
habilidade da transformação.

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