Desde quando comecei a utilizar mensagem eletrônica na minha vida, acho que isso já beira mais de meia década, que não consegui entender uma coisa: a gente manda a mensagem e o sujeito pode ou não ter recebido? É possível saber se recebeu com segurança? É? É. Segundo vários recursos é possível; há inclusive aquelas respostas automáticas que dão conta de avisar o emissor de que sua mensagem bateu no gol do destinatário dela. Eba!
Mas invoco isso com a desculpa pra falar um pouco das relações atuais, vinculadas e articuladas a partir da Rede também. O que tem me dado muita manga chupada na boca pra panos secos e molhados de toda sorte nessa lavoura que alguém entregou a Deus. Os costumes dos mais velhos aos poucos vão se incorporando às novas tecnologias, e os dos mais novos já são as próprias inovações com as antenas (feito chifres) do demo interligando todas as estações dos novos saberes...
Estou nem aí para um monte de coisas, e não sou preservador de nada, nem me interessa um monte de outras conotações mais cristãs do que humanas, eticéteras e tais, mas muito me incomoda quando envio um e-mail (devíamos chamar isto de mensagem eletrônica, sempre) e o sujeito do outro lado da ponta da corda que se liga à rede, não me responde e dá o assunto nem começado por encerrado (rima onde não há intenção do versejar atrapalha, acho)!
Fico furioso no meu silêncio besta de diabo urbano, nem pobre e nem rico, mas diabo humano com isso de ignorância tirana.
Porque: pra mim que sou outro do lado da ponta da corda da rede balançada com alguma amizade juntada na horta dessa vida, vale tanto uma mensagem eletrônica quanto um “bom dia”, “boa tarde”, articulados com a cara e a coragem de ser gente quando se encontra outro par na nossa encruzilhada. Há que ser respondido...! E, digo, mãe que não ensinou filho à essas educações (que creio serem bem poucas) ensinou sujeitos pela metade nesse mundo que soltaram a Deus.
Assim, se alguma vez virei a cara a alguma mensagem eletrônica com o silêncio, também devo levar um sabão, antes que minha mãe ressuscite n’alguma assombração das noites pra me puxar as orelhas que seguram a minha cabeça. Oxalá, assim acerto tudo por aqui e nada fico a dever àqueles outros diabos de lá. Respondido.
(Cacá Mendes)
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