escrita - jonilson montalvão


Sempre que estou escrevendo procuro denotar algumas situações que me são (ou soam) normais. Lógico que para quem, por eventualidade, ler meus textos, isso nem sempre causará uma impressão inteligível. Talvez nem cause nada, mas aí já outra história e eu nem sempre escrevo pensando em quem vai ler, não nesse caso. Talvez a questão básica, ou a emblemática da escrita, seja essa mesma busca pela emoção de um texto que nem sempre concordamos com o autor. Isso se dá em âmbitos bem maiores do imaginado e do previsto pela nossa estética. A causa pode ser a de um detalhe, ou apenas um simples pormenor, num sentido dúbio e irregular. Com isso vamos, também, nos aprofundando e aprimorando nosso ser...
Por outro lado, lendo alguns contos, romances... enfim, qualquer coisa notável, sentimos a transparência do autor no mais puro e sensacional resplendor. Este sairá de sua toca, vislumbrará a razão – depois a deixará de lado por motivos óbvios – e transcorrerá sua emoção no papel ou, em muitos casos, na tela do micro. Esse é o meu caso.
Bem mais amplo do que possamos imaginar é a vasta sensibilidade de paródia do texto, a quem realmente interpelamos, na maior obviedade possível e impossível, dentre tantas outras singularidades que possam muito bem nos ser utilizável. Sem sentimento não há arte, essa é a minha opinião. Por mais que a geometria e a matemática estejam implícitas nas formas artísticas, é a emoção que determina nosso olhar e nosso sentimento quando diante de uma obra de arte. Também em alguns textos não há diferença, sentimos isso nas poesias, basta lermos Fernando Pessoa em toda a sua estética emocional – em alguns casos até implementado pela objetividade. As metáforas (objetivas) da sua filosofia/poesia são absolutas no sentido que se completam por si mesmas; isso nos atravessa e não temos como ficar imunes.
O maior resplendor da estética da escrita está em contrapor, ou justificar o injustificável pela absorvência da transformação do texto em atos (prol a alguma coisa). De fato, temos, então, a maior saliência da mente pensante. As odes de qualquer ponto culmina em dizer, mostrar, ou, até mesmo, contradizer o leitor, que nesse momento, transforma-se em sujeito ativo da coisa.
Temos um percurso de materialização da palavra, da escrita. Essa é uma forma da representação, um signo, que ao trazer para o conjunto textual, as palavras tornam-se completas e ganham uma vida distinta no seu próprio discurso.


jonilson montalvão
www.jonilsonfoto.blogspot.com

2 comentários:

PUNKY disse...

Aí Joni,
lí num Mijo 'O drama do Desapego'
muito bom e prescrutador. Será que a alma do escritor é esse escrutínio que vc propõe ou comete mesmo?
não sei vc, mas quando eu escrevo, é...
Puta merda! Vai ser filosófico assim lá em Cochabamba...
Beijos na bunda.
Punky

Walter Limonada disse...

Firmezza ttottal, brother Jonilson.
Passando pá deixá um Lemon-Abração !!!!

mijar

fanzine irracional e emocional