IMPROVÁVEL - jonilson montalvão

Passei, entre tudo, o que era naquele instante, um amontoado de qualquer coisa. Mas não, não assim...improvável. Havia naquilo tudo minha mente que desatina ao enredo do acaso. Dentro da órbita das palavras que se escamoteavam com um feixe de luz; a luz solar era então, pensei, pensei...as respostas insatisfatórias, desorganizadas...a viagem da utopia se regozijando com sintomas passados e mesmo assim continuava perdido sobre qualquer ridícula situação.
Soou o alarme, ansioso suo pelas mãos e resto do corpo, ansiedade dominante. A hora “H”, ou qualquer outro nome para o momento: a hora chegada, esperada...tenho alguns segundos para a ação, a mente turbilhada, repleta, penso numa pintura que vi num museu: “A queda d’água”, não me lembro bem o nome do pintor, Gorky talvez, mas a pintura é cintilante na minha memória: em formato abstrato uma cachoeira rompe o verde da mata e atravessa os encalhes das pedras. É nessa pintura que penso, não sei porque motivo, apenas a vejo enquanto ajo, rápido; os sintomas de ansiedades desaparecem, ajo tão extraordinariamente e tão sensivelmente, sem rastros, sem emoções do momento, sem perturbações menores.
O que era de se esperar foi feito. Sem remorsos ou qualquer tipo de mágoas. Apenas o caso sendo resolvido como foi o trato, apenas isso.
Devolvido ao estado normal da vida, os resquícios deixados lá, em outras metáforas. Prossigo pensando no quadro, apenas me distraio quando peço um café num bar. Meu estado normal está prestes a se modificar ao sabor da cafeína sensata. Alguns dias atrás estava aqui perto, mas quem poderia imaginar essas coincidências; primeiro sinto o aroma que exala da xícara, depois provo um pouco, adoço e tomo o restante em delicadas doses, sem pressa, sem resquícios.

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