canto do pássaro selvagem

vou embora vou embora vou embora

canta o pássaro selvagem na cidade

domesticado ao extremo

canta pelas bordas do penar

ele pasma com seu próprio canto

e chora lágrimas externas rachadas suadas calejadas

canta a saudade nostálgica da liberdade

da essência da liberdade

do descompromisso com o tempo

sua maledicência exime sua desobediência

porém o pássaro pardal-águia não voa aquele vôo...

canta amigo suas queixas,

desoladas...

desorientado

parte pro súdito percorrido da vida

vou me embora vou me embora

um canto descomunal em altiplano

uma reverberação da própria luz

que se emite em tonante

uma descomunal vibração se enleva do pássaro selvagem

de volta ao sonho do bater de asas

voar e distanciar-se do mundo cardíaco

percorrido sua trajetória o pássaro selvagem

se entoa como um ser pueril na sua

conflagração atemporal dos antepassados

que com ele voam ao infinito.

jonilson montalvão

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